domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Luta Ainda Continua (incluido nova informação)

Apesar do acordo judicial, onde existe uma planta apresentada e homologada para o projeto, os vizinhos de nossa antiga favela do Jardim Edith, local que desocupamos para a construção de nossas moradias estão incomodados com a urbanização.

Moradores vizinhos ao local, que ficam na Rua Michel Faraday e Rua George Ohm, reverteram a desapropriação de suas residências, o que nos da Associação de Moradores do Jardim Edith não questionamos, inclusive homologamos no 2º acordo judicial com a prefeitura.

Agora além do exposto acima, eles querem que não sejam mais utilizados os terrenos, ao lado de suas casas, lotes que ficam na Rua Charles Coulomb com Av. Eng. Luis Carlos Berrini e com a Rua Michel Faraday, estes terrenos são públicos e pertencem principalmente a Fazenda do Estado. Este local antes era ocupado por NÓS moradores da favela, que a desocupamos pacificamente para a construção dos nossos conjuntos habitacionais.

Alegam que ira desvalorizar seus imóveis, especialmente após o interesse de construtoras pela aquisição do quarteirão inteiro, apesar do terrenos não pertecerem a eles.

Veja no mapa abaixo (clique nele para aumentar) o local a que me refiro




A não inclusão desta área prejudicara consideravelmente a qualidade de vida de todos moradores, abaixo alguns exemplos:

(novo texto 03/03/2011)

1) Estacionamento – 60 vagas, de um total de 240 apartamentos, ou seja 4 apartamentos por vaga, sem contar que estarão na rua e que serão “disputadas” por moradores, usuários dos equipamentos públicos (Unidade Basica de Saude, creche e o restaurante-escola) e trabalhadores da região, um absurdo; (não será excluido, mas tera poucas vagar e na rua !!!)

2) Área de Lazer – Será utilizado no “teto” do 1º bloco, onde estará a unidade básica de saúde e o restaurante-escola juntamente com mais apartamento para os moradores, quando poderia ser no nível térreo com áreas verdes próximas, e  como compartilhar com os outros blocos, como ficara a questão das segurança; (não será excluido, mas posto em outro local...ou seja em cima dos predios... !!!)

 

3) Elevadores – foi aceito no acordo homologado na justiça, pela indagação de que não haveria espaço para a construção dos apartamentos, porque agora estão tentando tirar os terrenos?

4) 3 conjuntos de 16 andares – com a utilização da totalidade dos terrenos, poderim ser feitos conjuntos com menos andares, eliminando-se elevadores ou utilizando-se os mesmo com poucas paradas, ou seja uma parada a cada 3 andar?

Na luta pela construção das moradias, a Associação de Moradores do Jardim Edith, lutou para que além das moradias, fossem construídos também uma Unidade Básica de Saúde, uma creche e um restaurante-escola, tudo já homologado no acordo judicial, beneficiando não so os moradores, como também toda a comunidade no bairro.

 
Portanto, ocorrerá no local um melhoramento consistente que deveria alegrar a vizinhança. Mas interesses imobiliários parecem prevalecer.

São queixas sem fundamento, em especial por ser um terreno publico, sem lógica e do bom senso, inclusive com Decreto Estadual permitido o uso para a construção de nossas moradias. Não protestaram e nem reclamaram enquanto existiam barracos improvisados, casas aglomeradas, amontoadas, apertadas e disformes e moradores se esquiando por becos traçados.

Porque protestam agora, quando se tenta garantir um endereço digno aos moradores, que em sua maioria trabalha no proprio bairro e redondezas. A reação contra essa iniciativa deixa a sensação de segregação, de desejo de limpar a vizinhança, da discriminação, do preconceito ou seria simplesmente o interesse imobiliário?.


Sem a função social da cidade, como melhorar a qualidade de vida de todos? E fato que isto não so ajuda a criarmos cidadões, como comprovadamente com as oportunidades que esta nova fase ira criar, em especial aos jovens, tirando estes do caminho de uma sociedade injusta das tentações da criminalidade!

Reportagem Folha do dia 08/02/2011

Conjunto popular começa a ser erguido em área valorizada de SP

NATÁLIA ZONTA
DE SÃO PAULO

Apartamentos com 50 m² e até três quartos em uma região em que o metro quadrado pode chegar a R$ 10 mil. Área de lazer, salão de festas e creche na porta de casa. A vista não fica por menos: da janela de algumas unidades, é possível ver a ponte Octavio Frias de Oliveira, no Brooklin.

Não é mais um prédio de luxo erguido na Berrini. É o primeiro conjunto popular supervertical de SP. Em geral, esse tipo de moradia tem, no máximo, oito andares e apenas escadas. O novo projeto conta com três torres de 16 andares e dois elevadores. As obras começaram em 1º de dezembro.

As 240 famílias que irão para os prédios já viviam nesse terreno, onde era a favela do Jardim Edith. "É uma vitória contra a especulação imobiliária", diz a urbanista Mariana Fix, autora de estudo sobre a área.

O projeto foi realizado pelos escritórios MMBB e H+F --o primeiro faz parcerias com o arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Dentro do conjunto haverá uma Unidade Básica de Saúde e um restaurante-escola. "Todo o entorno será beneficiado", afirma Mara Moreira, da MMBB.

A Sehab (Secretaria da Habitação) ainda negocia a desapropriação de quatro imóveis e não diz o valor das unidades. Urbanistas temem que, após quitarem o financiamento, os moradores da ex-favela vendam o apartamento pelo valor de mercado.

Ao lado de onde será o conjunto, moradores de 16 casas reverteram a desapropriação de suas residências. Agora, reivindicam que o terreno deixe de ser uma Zeis (Zona de Interesse Social). "Assim, aqui só podem ser erguidas habitações populares, não podemos vender os imóveis para construtoras", diz Áureo Símaro, 49, comerciante.

Ele diz que, antes do projeto, os terrenos eram negociados por até R$ 8.000 o m 2. Segundo a Secretaria de Habitação, para o local deixar de ser uma Zeis é preciso mudar o Plano Diretor da cidade, o que não deve ocorrer.

(Clique na imagem para ampliar)
Editoria de Arte/Folhapress


Opiniões

Alonso Lopez, superintendente interino de habitação popular da Sehab
"Não temos como impedir que os moradores, depois de quitarem o financiamento, revendam suas casas. Eles têm o mesmo direito de qualquer outro proprietário"

Gerôncio Henrique Neto, da associação de moradores do Jardim Edith
"Lutamos muito para conseguir os prédios. Falo por mim e por boa parte da população que não iremos revender"

Marta Moreira, do escritório MMBB, uma das autoras do projeto
"Acredito que as pessoas não vão deixar o local porque vão ver a importância de viver numa área valorizada, próxima ao trabalho e ao sistema de transporte"


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/871033-conjunto-popular-comeca-a-ser-erguido-em-area-valorizada-de-sp.shtml

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Reportagem SPTV do dia 02/02/2011

Reportagem SPTV do dia 02/02/2010


SP inicia obras de conjunto habitacional na região da Berrini

Prédios vão abrigar mais de 200 famílias em apartamentos de dois quartos.
Terreno fica em área nobre da Zona Sul da capital paulista.

Após três anos de espera, a Prefeitura de São Paulo deu início a uma das maiores obras de urbanização da capital em um terreno da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na região do Brooklin, área nobre da Zona Sul, onde existia a favela do Jardim Edite. No local será construído um conjunto habitacional para mais de 200 famílias.

O conjunto terá apartamentos com cerca de 50 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Serão distribuídos em um pavilhão de cinco andares, em três torres, com 16 andares e elevadores. O projeto prevê ainda unidades de saúde, creche e um restaurante-escola. A obra de R$ 40 milhões deve terminar em junho do ano que vem.

Contudo, a retirada dos moradores ainda não terminou. Pelo menos quatro famílias provaram ser donas de parte do terreno e querem uma indenização maior do que a oferecida pela Prefeitura. A briga está na Justiça.

Os vizinhos à obra também reclamam que vender ou alugar as casas ficou bem mais difícil. As casas não foram desapropriadas, mas a Prefeitura mudou as regras de ocupação da área que passou a ser considerada zona especial de interesse social.

“Infelizmente eu estou impedida de alugar, fazer alguma coisa comercial por causa do zoneamento que a Prefeitura decretou aqui”, reclama Lídia Montresol, auxiliar de farmácia.

A Prefeitura de São Paulo informou que não vai voltar atrás sobre a decisão que mudou as regras de zoneamento para as casas em frente à obra. Por isso, novos prédios e imóveis comerciais continuam proibidos.

Ocupação O terreno era ocupado por 800 famílias da antiga favela do Jardim Edite. Em 2005, a área começou a ser desocupada para a construção da Ponte Octavio Frias de Oliveira. A retirada dos moradores foi acelerada por causa de um incêndio, há três anos.

As famílias foram indenizadas com dinheiro para voltar para a terra natal ou comprar outro imóvel. Mas nem todos os moradores aceitaram as opções. Eles têm escritura e comprovaram ser donos.

Segundo os moradores, a prefeitura ofereceu R$ 1 mil por metro quadrado. Para eles, o preço de mercado é bem mais alto - R$ 8 mil. A Secretaria de Habitação afirmou, em nota, que espera a decisão final e que vai “acatar a determinação e pagar o valor estipulado pela Justiça”

CLIQUE AQUI E VEJA A REPORTAGEM DO SPTV 1ª EDICÃO DIA 02/02/2011 LINK